06 maio, 2008

LEGALIZE JÁ! LEGALIZAR? JAMAIS!

A população brasileira está dividida em relação a legalização ou descriminação da Cannabis sativa, para uns ela não faz mas algum, para outros nicotina e álcool são inimigos bem maiores para a sociedade. Eis algumas opiniões:

“Não sou contra. Cada pessoa tem sua diversão e deve estar livre para fazer o que gosta.”

Sandra Helena, 41 anos

Dona-de-Casa

“Deve ser muito discutido este assunto. Existem prós e contras. Se liberar, com certeza o governo ganhará com impostos. Por mim, não libera porque não temos uma cultura preparada para o uso, devemos ser melhor preparados para poder decidir. O governo mais uma vez tem sua parcela de culpa pois poderíamos ser uma sociedade mais esclarecida e ele mesmo incentiva o preconceito.”

João Roberto, 35 anos,

Vigilante

“Se for liberada é melhor. Pior é a bebida que mata em acidente de carro, causa cirrose... a maconha não faz mal como o álcool. Usei e sei qual o efeito que tem. Seria melhor para o país... o cigarro comum é pior que a maconha, não é proibido e não consigo entender o porquê.”

Roberto Araújo, 43 anos,

Auxiliar de Logística

“Sou totalmente contra. Se hoje em dia que é proibido vicia jovens, crianças e provoca problemas, imagina se for liberado! Veja só o que acontece com o cigarro: afeta não só quem fuma! Eu é que não quero ficar doidona com a fumaça dos outros”

Marcleide Pontes, 20 anos

Securitária

“Se houver legalização não haverá mais tráfico. Não vejo o que dizem: quem fuma maconha faz isto para o mal. É uma droga que não incita a violência, que é o caso do álcool. A pessoa movida a álcool é pior do que movida a maconha. Dizem que a maconha é porta de entrada para outras drogas mais fortes. Mas, não sei até onde isto é verdade.”

Edvânia Gomes, 36 anos,

Administradora

“Não sou favorável à legalização de drogas, como a maconha. Acho que devemos enfrentar as dificuldades da vida de frente e não usando meios que nos tornem alienados, fugindo dos problemas, adiando sofrimento, acalmando problemas pessoais e tantos outros. Enfrentar a vida de frente e corajosamente, sempre foi e será a melhor opção. Quanto aos momentos felizes, estes sim. Para quê se alienar? Resta somente curtir a vida, sem drogas.”

Lilian Araújo, 48 anos,

Funcionária Pública

“Invariavelmente, posiciono-me contrário à legalização das drogas, incluindo, obviamente, a maconha. Penso ser inconsistente (e insuficiente) o argumento de que a legalização da maconha viria inibir o tráfico da droga, a justificar a permissibilidade legal. A questão é muito mais ampla. A maconha possui, reconhecidamente, substâncias lesivas ao organismo humano, notadamente ao sistema nervoso, criando vigorosa dependência humana ao alucinógeno. Demais disso, em regra, a maconha se constitui em estágio para outras drogas, potencialmente mais agressivas e com teor mais acentuado de alucinógenos. Nesse contexto, somos desfavoráveis à legalização da maconha, admitindo, todavia, em regime de exceção, o uso medicinal para situações prescritas por médicos, com a finalidade de reduzir o sofrimento de pacientes portadores de doenças terminais.”

Frederico Costa, 48 anos,

Advogado Trabalhista

“Não sou favorável à legalização da maconha. As pessoas que usam, o fazem com o propósito de fazer o mal. Mesmo os que procuram, inicialmente, se divertir, se envolvem em confusões.”

Evânia Maria, 46 anos,

Empregada em Residência

“Sou a favor porque acho que seria importante para o combate a violência que o tráfico gera. Iria gerar também uma fonte de renda legalizada para os produtores que já sobrevivem com isso, principalmente do polígono da maconha que tem poucas possibilidades de atividades econômicas rentáveis, obviamente precisará de fiscalização, controle de qualidade (o que pode fazer com que danos sejam reduzidos para os usuários e que isto implicará em impostos e mais mão de obra, ou seja: gerará empregos... não é simplesmente legalizar, mas pensar numa gestão mais racional da atividade econômica já existente e que é marginalizada. Sem falar no uso medicinal como já acontece em alguns países do exterior ( a exemplo da Dinamarca e Canadá. Não existem divulgação ampla dos estudos conclusivos sobre a questão de dependência química, pois a repressão é tamanha que não se permite a divulgação dos resultados pouco satisfatórios aos que condenam o uso desta planta e que lucram inclusive status com a proibição, mas neste caso informação e moderação são as palavras de ordem.”

Francisco Nascimento, 24anos.

Psicólogo.

“É tão coerente proibir se fumar um determinado mato aqui no Brasil como proibir pernambucanos de escutarem axé-music. E os danos ao usuário causados pela polícia e pelo preconceito (ou seja: os danos provenientes da proibição) são bem piores que os danos causados pelo próprio mato.”

Evandro Q?, 33 anos.

Músico.

“Eu sou totalmente a favor! Na época em que coordenei um projeto que trabalhava com a temática de juventude chegamos a publicar um livro que explicava bem sobre a questão dos jovens com as drogas e a legalização é um ótimo caminho para diminuir os perigos que os jovens na sociedade enfrentam. Eu sou a favor, assim como José Padilha (diretor do filme Tropa de Elite, grande figura, tenho a entrevista dele no Roda Viva, gostei ... Minha mãe (que mora na Itália) também é a favor! Porque se acaba com o tráfico, com o mercado ilegal, porque se controla a qualidade, porque maconha faz muito menos mal do que o álcool, além de que a não proibição faz mudar a relação com a substância...”

Lívia de Tommasi, 47 anos,

Socióloga



*depoimentos colhidos por Evandro Q? em Recife 2008

4 comentários:

Anônimo disse...

"... so afunda em drogas quem afundaria sem elas..." Gilberto Gil antes de ser ministro.

Anônimo disse...

O custo da repressão é muito alto em todos os aspectos sejam eles financeiros e principalmente sociais.

Unknown disse...

vamo enche a cara e fazer merda gente ... isso pode.

Anônimo disse...

Mesmo sendo à favor da legalização acho bom lembrar...
Se legalizar não quer dizer que as pessoas vão poder fumar em qualquer lugar... Acredito que entrará em vigor um padrão parecido com o europeu...Mas ainda sim o uso vai ser associado à marginalidade... então ninguém vai querer o rótulo de "maconheiro" agregado à si né... E nem propaganda na tv dizendo "fume malrboro hemmp!"... por tanto... vai continuar do mesmo jeito... Exceto que haverá menos violência e ninguém vai precisar entrar numa favea pra comprar maconha e assim colocar a vida em risco.