30 maio, 2008





Defino o método paranóico-crítico como a grande arte de jogar com as próprias contradições, pela lucidez, fazendo os outros viverem as angústias e os êxtases de nossa própria vida, que se lhes torna, pouco a pouco, tão essencial como as deles. Concebi muito cedo, instintivamente, minha fórmula de vida: fazer os outros aceitarem como naturais os excessos da minha personalidade e livrar-me das angústias, criando uma espécie de uma participação coletiva.
Uma tarde, no colégio de irmãos maristas de Figueras, ao descer a escada de pedra para o pátio do recreio, tive vontade de me lançar no vazio. A covardia me paralisou. Mas no dia seguinte, saltei e caí nos degraus, todo machucado. (...) A compensação que obtinha era bem maior que o sofrimento. Aconteceu-me muitas vezes, cedendo a um súbito impulso, jogar-me do alto do muro no vazio, como para experimentar o maior perigo possível e acalmar a angústia do meu coração.(...) Fazia com que todos reconhecessem o meu delírio, com que o aceitassem e os obrigava a partilhar do mesmo transe. Foi assim que esta paixão pela morte tornou-se uma alegria espiritual. E isso é tipicamente espanhol. Não se trata, para mim, de “manter lucidez”, como diria Montaigne, a quem desprezo pelo espírito pequeno-burguês, pela tentativa grotesca de disfarçar a morte, de priva-la do seu sabor, de dominar o seu horror. Eu quero olha-la de frente. (...) Minha alma se fortifica com aquilo que a esmaga e encontra volúpia sublime no que a anula. A própria fraqueza se torna a minha força e me enriqueço com minhas contradições. Vivo com os olhos bem abertos e lúcidos, sem vergonha, sem remorsos, e torno-me expectador da minha própria existência.

As confissões inconfessáveis de Salvador Dali,
Texto apresentado por ANDRÉ PARINOUD

Não nasci para ser um Chickenito! Eu não poderia viver sem cabeça!

Poderia - mas só por algum tempo e em circunstâncias muito especiais. O exemplo é Mike, um galo que ficou famoso justamente por ter vivido um ano e meio depois de lhe cortarem a cabeça. O fato aconteceu em setembro de 1945, na cidade de Fruita, no Colorado (Estados Unidos). O fazendeiro Lloyd Olsen cortou o pescoço da ave a pedido da mulher, que queria prepará-la para o jantar. Mas o frango continuou vivo. Olsen o alimentava com um conta-gotas, dando-lhe milho e água diretamente na abertura do pescoço.

Mike foi tema de reportagens da Life e da Time e viajou pelos Estados Unidos sendo exibido pelo dono como The Headless Wonder Chicken. As pessoas pagavam para vê-lo andar enquanto sua cabeça era exibida dentro de um vidro com formol. Cientistas da Universidade de Utah, em Salt Lake City, depois de estudarem Mike, concluíram que o corte - muito mal feito - poupara a jugular e a maior parte do tronco cerebral e massa encefálica. Assim, o galo continuou vivo por mais um ano e meio - e até engordou: em pouco meses, passou do 1,5 kg inicial para 3,5 kg.

De acordo com notícia publicada no jornal El Mundo, Mike morreu num quarto de motel no Arizona. Na época da reportagem, o jornal ouviu um especialista: afinal, um frango pode viver sem cabeça? "Pode viver se o corte não prejudica o tronco cerebral, ainda que olhos, bico, lígua e ouvidos sejam destruídos, e se o corte afetar apenas os vasos secundários", disse Indalecio Ruiz Calatrava, professor de veterinária da Universidade de Córdoba. "Assim, a hemorragia pode cessar, e se o animal for alimentado manualmente, poderia viver por algum tempo, sim".

Mike virou uma lenda, tem estátua em sua homenagem na cidade e seu "espírito de luta" é celebrado anualmente em Fruita, na terceira semana de maio, com um festival. Mike tem, inclusive, um site: www.miketheheadlesschicken.org/

Só me digam uma coisa: Por quê minha tia Marli não tentou isso antes? Que droga!

26 maio, 2008

desfilando num desfiladeiro

No segundo dia de batente fui admitido para mais uma função de segurar no reio. Destinado nas últimas horas de combinar crachá de uma cor com outra, amargava-me profundamente. Era bem cedo quando cheguei no ônibus de transporte do trampo. Sentei logo na frente. Não queria papo com ninguém. Estava realmente emburrado neste dia, geralmente, ao acordar fico emburrado. O Luciano, vizinho de quarto, artesão e falador, ficou tagarelando todo o momento da viagem, desperdiçando todo o espaço vazio do tempo. Fiquei mais emburrado ainda. Queria seu pescoço fora do ônibus, ou que fosse dentro, mas separado do corpo.
Então fui.
Eles chamavam de Q.G o lugar que estavam me empregando, via indisposição nos meus olhos durante momentos, (...) expressões faciais desfilavam sorrindo para mim, (...) eram das mais variadas facetas(...) eram de fazer empregar.
Tentei falar o menos possível, era inevitável. Fugia todos instantes possíveis. Fugia dela.
- ei natália, o que é que tem que fazer, afinal? Ah, sei lá meo , cheguei faz dez minutos. Aquela dona ali, falou que é só contar e colocar no saquinho verde.
Ainda embrutecido pensei (...) – puta merda, que sacola!
E contei camiseta, contei crachá, contei fio de microfone de rádio sem fio, coloquei somente quatro cadeiras em cada mesa, matei barata –para alívio delas- a única coisa que deixei de contar, de fato, tudo como posso, é que dentre sentimentos, só não contei eles próprios – as pessoas.
A nossa chefe pedia as coisas para eu fazer, porque sempre estava parado. O que ela queria? Que eu ficasse de um lado para o outro, que nem uma barata tonta?! Nunca!
Prefiro mil vezes ficar parado e ficar embrutecido. Era bom demais ficar embrutecido, eu ficava a todo momento. até distraído, elas, as chefes- porquê era mais de uma, na verdade eram duas- pensava duas vezes anates de falar com o garoto embrutecido, mas enfim falavam.
- querido?
Como assim, querido. O que ela estava pensando quando me chamou assim. Nunca demos uma. Não não, viche, muito feia. Já esperei coisa pior. Pois bem, ela me chamou por querido.
- Oi, o que você quer?
Eu era curto e grosso nas respostas. Mas obedecia. Obedecia pra compensar meu mal humor.
- você faz um favor zinho?
Não. Não vou fazer não. Como queria Ter falada isto.
- faço sim. Do que você precisa?
De um pinto bem grande? Pensei. E dei um risada da qual ela fez uma cara de desprezo. Ela era meio tonta, parecia que vomitava antes de falar. Ela não existia.
- Então, qual é o favor que você quer que eu faça?
- Primeiro, quantos anos você tem? Doida, só pode ser doida.
- 23.
- Você gosta de mulher? Lá vem ela ...
- Claro! Que pergunta.
- Não falo de qualquer mulher, uma mulher mais experiente na vida, com qualidades que nenhuma ninfetinha se dispõe. Então, gosta?
Fiquei embrutecido, encurralado, mas respondi.
- bem, mulheres experientes tem suas qualidades, as quais a experiência definem já as ninfetinhas, bem essas não estão no meu controle, elas me desatinam, me faz perder a cabeça ... sem ... meu, nem toda experiência do mundo me faria gozar como uma ninfeta me faz.
Sua cara de surpresa já diz o que se deve e não deve. Ela acreditou, desalinhada ela tenta se recompor.
- Nossa! Como você é sincero. E Cara-de-Pau!
Nesse momento fiquei intrigado. Ela disse cara de pau?! Minha Nossa Senhora, vixe Maria, o que será que ela está querendo.
Ainda não tinha me dado por si. E se dei já estava concebido, mesmo se não soubesse. Agora, disposto ir até o final com essa baboseira, esquecendo de onde me encontrava, a final, embrutecido com essa merda toda, decidi acabar tudo o que vier por cima.
- é garoto, eu sei o que você veio fazer aqui e isso que você quer não é apropriado neste local. Sei também da sua situação econômica e familiar, mas isso não vem ao caso, pelo menos, não neste momento. Faz o seguinte, antes que eu me arrependa. Empresta-me tua mãozona, agora abaixa aqui, isso bem pertinho, isso...
meu deus, o que era aquilo que eu estava fazendo ali em baixo do balcão principal? Uma velha, pelancas para todo lado, cruiz-credo. Não tinha mais nada o que pensar, essas imagens vêm a todo momento, meu deus. Fui guiado cego pôr aquela doida desvairada, desequilibrada, sem limites, e ainda por cima, pelancuda.
Meu deus, minha cara está molhada. Que visão do inferno, meu deus. Umas pelancas caídas com pentelhos umedecidos na minha boca. Um filme de Mogica. Estava tudo lambuzado, já não sabia onde me encontrar meio aquele absurdo todo, aquela lambança se espelhava. Cheguei escorregar o joelho, batendo o queixo no chão devido a lambança feita pelo sucos gozados. Entendi porque é que ela chamou-me de cara de pau.
Parti naquele momento, decidindo fazer uso deste novo atributo que me pertencia. E disse enfurecido, pelo qual alucinava feito caba da peste.
- Cara-de-Pau, não? É isso mesmo que você gosta?
- Então toma!
E foi, Tomei um impulso de baixo para cima com as mãos e os pés, mirando bem aquilo que estava acima de mim. Suas pernas abriram feito aguém partindo um melancia.
-Ai Caralho! Ai Caralho! Ai ai, tá doendo seu puto! Para para para!
De repente, depois do branco, escuro. Vejo seu corpo enorme tombar como geleia. Ouço tremendo, anestesiado, sua cabeça bater no chão. Que estrago, que lambança, que bagaço.
De fato, fiz da minha cabeça um pau bem gordo e potente, afim de parti-la ao meio. Estava feito de raiva que nunca senti até o presente. Não me importava mais com a conseqüência, já estava na merda mesmo, então tinha decidido entulhar com tudo. Com toda força.

Jécabit é pouco neurônio e nenhum esforço.

Falei e disse.

jéca-agenda: nesta terça

Pocket-show: estréia do Brincador Flutuante GRÁTIS
amanhã terça 27|05|08 na Arquitetura-UNITAU 19h00
+ vernissage x sem free booze =P

21 maio, 2008

Gravuras de Francisco de Goya y Lucientes (1746-1828)







Imagens extraídas de http://www.artehistoria.jcyl.es/genios/pintores/2085.htm (Galería)

[#1 = OI]


É bem difícil começar algo do nada. Conseguir concentrar todas as sensações de anos em um primeiro “oi”! Ultimamente [nos últimos vinte e quatro anos] a coleção de retalhos do dia-a-dia têm me tirado o fôlego e o tesão; por mais que a tecnologia atinga a cada minuto seu ápice, não consegui uma agulha que recole todos estes estilhaços. Então, ao invés de lhe oferecer algo pomposo [cheio de blá, blá, blá], lhe envio um pequeno souvenir textual, do qual poderia se dizer, sem injustiça, que não é cabeça nem rabo, já que tudo nele é ao contrário, uma cabeça e um rabo, alternada e reciprocamente. Só peço que leve em consideração, a conveniência admirável que tal combinação oferece a todos nós: a você e a mim . A vida realmente não é um conto de fadas e eu não farei destas linhas uma trama supérflua como algo do tipo: “Era uma vez....” ou então “... eles viveram felizes para sempre”. Retire um anel e as partes dessa pseudo-aventura voltarão a se unir sem nenhuma dificuldade. Corte em pedacinhos e vai descobrir que cada um deles tem vida própria. Na expectativa que alguma dessas fatias possa agradá-lo ou diverti-lo, ouso lhe dedicar a cobra inteira.


DESLIGADOS, CONECTEM-SE.
CONECTADOS, DESLIGUEM-SE.

por Fabrício Cardenatte
Inspirado em Le spleen de Paris
[Baudelaire]

11 maio, 2008

E um dia as coisas se ajeitam, não quer dizer que serão como você quer, elas simplesmente encontram seus lugares. Estar desconfortável não é nenhum defeito. Se sentir assim em qualquer ambiente é aceitável, mas as pessoas não admitem isso.
Hoje uma aluna da escola de dança em que eu trabalho me deu um texto... Ela percebeu meu descontentamento em trabalhar todo domingo, inclusive o das mães, com a minha mãe longe, tão longe que não dá nem pra lembrar (comprei um presente, mas era do tamanho errado, a mamãe idealizada era mais magrinha). Ah, segue o texto que veio assinado por Millôr Fernandes (mas não sei se é mesmo):
"A mensagem é simples. Se você já perdeu um dedo, ou é estéril, mais feio do que gostaria, menos alto do que o permissível, explorado pelo sistema, envolvido por amarguras, não tem o suficiente ou tem excesso de insuficiências, se espera e nunca alcança, se alcança o que você não espera, se vem quando não quer e parte quando mais ama, se tudo que reluz não é ouro e a vida não está ao seu alcance é porque você alcançou a vida. Que é, desde sempre, um projeto fracassado. Cada um paga seu preço. Contente-se se o seu não é alto.Só uma coisa é certa. No fim o bandido morre, E o mocinho também. E toda a platéia."

09 maio, 2008

o necessário!

w_respirar_tom

tô chegando...

FUCK YOURSELF !!! (update)


_eu tenho q postar a historia da sindrome de tourette
_é q nao passei da minha cabeça pro PC
_demoro
_é mto foda
_de um cara que tinha sindrome de tourette e começou a ficar com uma amiga minha
_nossa é real meu
_pior que é real
_q sindrome é essa?
_primeiro definamos a sindrome de tourette
_sabia q vc ia perguntar
_tiques involuntários, reações rápidas, movimentos repentinos (espasmos) ou vocalizações que ocorrem repetidamente da mesma maneira.
_FOCAMOS EM VOCALIZAÇÕES
_a pessoa GRITA
_GEME
_q demais
_e nem percebe
_ai ta agora começa o drama
_minha amiga trampava com o TOURETENTO
_numa escola de ingles e pans, ele era professor e ia se mudar pro canadam em dois meses
_ai ta ele tinha acabado de terminar um relacionamento de sei la DEZ ANOS
_e tava a fim de curtir e tal
_mas meu o cara era MUITO feio, gordinho e tinha tourette, entao meu, tinha que ser mto guerreira
_nao é a toa que foi a cover da xena, a princesa guerreira que encarou e começou a sair com ele tipo, de amiga
_e o cara dava uns gritos do nada
_meu deus, a xena
_mas ele gritava FUCK YOU
_só q até ai eles iam no boteco e tal, era divertido ela nem reparou que era tourette, ela achou que ele era fanfarrao
_ai tipos eles começaram a ficar e tal e ela curtiu beijar ele, ai ta demorou uma semana pra ela por a mao no pau dele pq ela achava ele mto estranho...
_ai ela foi pra casa dele um dia e ele quis comer ela e ela ficou com receio
pq po o cara era estranho, metaleiro, gordinho com tourette e recem separado da noiva, ele podia zuar com a cara da Xena né
_ai ela ficou meio bolada q ela sentia ele mto estranho as vezes, nao sabia dizer como, ai ele foi dormir na casa dela um dia e jurou q nao ia forçar o sexo nem nada, ia só ver filminho e tal, ai firmeza, deu 20 minutos de filme o cara foi embora sem dar tchau nem nada, saiu andando
_ai ela ficou mal pa caraio e tal ai ele liga e fala EU ESQUECI MINHA FARINHA NO SEU BANHEIRO TEM COMO VC GUARDAR PRA MIM?
_uhauhauhauhauhahuahuahuahuauhauhahuauhahuahuahuahuahuaha
_ai a mina ja tava chorando e tal falou VOU TACAR NA PRIVADA ESSA BOSTA e tacou e a porra da farinah nao descia
_ai ta a farinha nao descia e detalhe que a xena morava com a mae e um tio doente na casa e tipos, MEU NAONDE QUE IA TER PAPELOTE DE COCAINA NA CASA???
_A casa ia cair pra xena ne
_ai ela pos a mao na privada tirou o papelote, enrolou num papel e jogou no lixo, aos prantos
_ai eles se trombaram no trampo no outro dia o tourette nem olhou pra ela e tal, na hora do almoço ele ligou e falou PORRA VC JOGOU MINHA FARINHA FORA MESMO
_ai ela "joguei sim quero que vc morra seu drogado"
_ai ele OBRIGADO TAVA PRECISANDO PARAR DE CHEIRAR, DESCULPA AI EU NAO CHEIRO SEMPRE SÓ UMA VEZ POR SEMANA
_TO QUERENDO PARAR ME AJUDA
_ai ela idiota topou sair com ele depois do trampo
_ai ele fez ela segurar o cd no carro pra ele mandar em cima... pior é que ele falava NAO MAS É QUE EU SÓ FAÇO ISSO DE SABADO, PQ É FODA NÉ, CE TA LIGADA
ai ela falou SE VC ME COMER VC PARA DE CHEIRAR?
_meu deus q amiga desesperada
_é q ela tava encanada no cara achando q ele tava com problema de droga ne (ahã)
_ai enfim ele comeu ela porcamente
_meia bomba pq vc sabe que homem bicudo NAO SOBE
_NAO TEM COMO FAZER SEXO DIREITO CHEIRADO (á qualé...)
_ai ela odiou ne e saiu fora decidida a se livrar dele... ela pediu as contas do trampo pra nao ver mais ele
_só que o mundo tem 7 pessoas ai ela tava no bar um dia ele colou e sentou com ela no maior love falou rpa serem amigos e tal ai ela falou "ta bom"
_AGORA O FINAL, MARAVILHOSO
_foram numa pizzaria
_fina
_chic
_de familia
_meu deus
_com idosos e crianças
_o cara falando com ela
_normal e tal
_do nada grita
_FUCK YOOOOOOOOOUUUUUUUUUUUU
_AI UMA VELHA DA MESA DO LADO FALA "TA AMARRADO EM NOME DE JESUS"
_AI ELE "FUCK YOU ALLLLL"
_ai minah amiga sai andando morrendo de vergonha ele vai pra rua atras dela e grita "FUCK YOURSELF"
_huahuauhuahhahuahuahuahuahua
_AI ELA JUROU QUE NAO QUERIA MAIS VER ELE NEM FALAR NEM NADA, COMEÇOU A IGNORAR
_ai um dia ela no bar com uns amigos e o cara passa e grita OLHA A COITADA QUE EU COMI
_ai ela grita FUCK YOU
_e fim da historia, ele foi pro canada e ela nunca mais o viu!

*essa e outras históras vc confere no blog:

novidaids : Fofoque-se nas notícias mais improdutivas que se tornaram o vírus incurável da sociedade contemporânea. Novidaids é o vírus dentro do vírus, é a fala ácida e sincera no meio da fantasia do mundo da vida alheia.

06 maio, 2008

LEGALIZE JÁ! LEGALIZAR? JAMAIS!

A população brasileira está dividida em relação a legalização ou descriminação da Cannabis sativa, para uns ela não faz mas algum, para outros nicotina e álcool são inimigos bem maiores para a sociedade. Eis algumas opiniões:

“Não sou contra. Cada pessoa tem sua diversão e deve estar livre para fazer o que gosta.”

Sandra Helena, 41 anos

Dona-de-Casa

“Deve ser muito discutido este assunto. Existem prós e contras. Se liberar, com certeza o governo ganhará com impostos. Por mim, não libera porque não temos uma cultura preparada para o uso, devemos ser melhor preparados para poder decidir. O governo mais uma vez tem sua parcela de culpa pois poderíamos ser uma sociedade mais esclarecida e ele mesmo incentiva o preconceito.”

João Roberto, 35 anos,

Vigilante

“Se for liberada é melhor. Pior é a bebida que mata em acidente de carro, causa cirrose... a maconha não faz mal como o álcool. Usei e sei qual o efeito que tem. Seria melhor para o país... o cigarro comum é pior que a maconha, não é proibido e não consigo entender o porquê.”

Roberto Araújo, 43 anos,

Auxiliar de Logística

“Sou totalmente contra. Se hoje em dia que é proibido vicia jovens, crianças e provoca problemas, imagina se for liberado! Veja só o que acontece com o cigarro: afeta não só quem fuma! Eu é que não quero ficar doidona com a fumaça dos outros”

Marcleide Pontes, 20 anos

Securitária

“Se houver legalização não haverá mais tráfico. Não vejo o que dizem: quem fuma maconha faz isto para o mal. É uma droga que não incita a violência, que é o caso do álcool. A pessoa movida a álcool é pior do que movida a maconha. Dizem que a maconha é porta de entrada para outras drogas mais fortes. Mas, não sei até onde isto é verdade.”

Edvânia Gomes, 36 anos,

Administradora

“Não sou favorável à legalização de drogas, como a maconha. Acho que devemos enfrentar as dificuldades da vida de frente e não usando meios que nos tornem alienados, fugindo dos problemas, adiando sofrimento, acalmando problemas pessoais e tantos outros. Enfrentar a vida de frente e corajosamente, sempre foi e será a melhor opção. Quanto aos momentos felizes, estes sim. Para quê se alienar? Resta somente curtir a vida, sem drogas.”

Lilian Araújo, 48 anos,

Funcionária Pública

“Invariavelmente, posiciono-me contrário à legalização das drogas, incluindo, obviamente, a maconha. Penso ser inconsistente (e insuficiente) o argumento de que a legalização da maconha viria inibir o tráfico da droga, a justificar a permissibilidade legal. A questão é muito mais ampla. A maconha possui, reconhecidamente, substâncias lesivas ao organismo humano, notadamente ao sistema nervoso, criando vigorosa dependência humana ao alucinógeno. Demais disso, em regra, a maconha se constitui em estágio para outras drogas, potencialmente mais agressivas e com teor mais acentuado de alucinógenos. Nesse contexto, somos desfavoráveis à legalização da maconha, admitindo, todavia, em regime de exceção, o uso medicinal para situações prescritas por médicos, com a finalidade de reduzir o sofrimento de pacientes portadores de doenças terminais.”

Frederico Costa, 48 anos,

Advogado Trabalhista

“Não sou favorável à legalização da maconha. As pessoas que usam, o fazem com o propósito de fazer o mal. Mesmo os que procuram, inicialmente, se divertir, se envolvem em confusões.”

Evânia Maria, 46 anos,

Empregada em Residência

“Sou a favor porque acho que seria importante para o combate a violência que o tráfico gera. Iria gerar também uma fonte de renda legalizada para os produtores que já sobrevivem com isso, principalmente do polígono da maconha que tem poucas possibilidades de atividades econômicas rentáveis, obviamente precisará de fiscalização, controle de qualidade (o que pode fazer com que danos sejam reduzidos para os usuários e que isto implicará em impostos e mais mão de obra, ou seja: gerará empregos... não é simplesmente legalizar, mas pensar numa gestão mais racional da atividade econômica já existente e que é marginalizada. Sem falar no uso medicinal como já acontece em alguns países do exterior ( a exemplo da Dinamarca e Canadá. Não existem divulgação ampla dos estudos conclusivos sobre a questão de dependência química, pois a repressão é tamanha que não se permite a divulgação dos resultados pouco satisfatórios aos que condenam o uso desta planta e que lucram inclusive status com a proibição, mas neste caso informação e moderação são as palavras de ordem.”

Francisco Nascimento, 24anos.

Psicólogo.

“É tão coerente proibir se fumar um determinado mato aqui no Brasil como proibir pernambucanos de escutarem axé-music. E os danos ao usuário causados pela polícia e pelo preconceito (ou seja: os danos provenientes da proibição) são bem piores que os danos causados pelo próprio mato.”

Evandro Q?, 33 anos.

Músico.

“Eu sou totalmente a favor! Na época em que coordenei um projeto que trabalhava com a temática de juventude chegamos a publicar um livro que explicava bem sobre a questão dos jovens com as drogas e a legalização é um ótimo caminho para diminuir os perigos que os jovens na sociedade enfrentam. Eu sou a favor, assim como José Padilha (diretor do filme Tropa de Elite, grande figura, tenho a entrevista dele no Roda Viva, gostei ... Minha mãe (que mora na Itália) também é a favor! Porque se acaba com o tráfico, com o mercado ilegal, porque se controla a qualidade, porque maconha faz muito menos mal do que o álcool, além de que a não proibição faz mudar a relação com a substância...”

Lívia de Tommasi, 47 anos,

Socióloga



*depoimentos colhidos por Evandro Q? em Recife 2008

04 maio, 2008

review da virada cultural

virada cultural foi um evento foda!

cheguei no final do show do mundo livre, pois colei na casa de uma amiga pra encontrar uma galera e conversa vai conversa vem, peguei as duas ultimas musicas do show. o som tava ruinzão...o cavaquinho soava como guitarra baiana...mas de boa...

o centro de sampa a noite, cheio de pessoas por todos os lados festejando, bem legal...

de lá seguimos pelo centro procurando outras atrações. passamos pelo palco dos sambas e tava rolando a velha guarda da vai vai....uma senhora mandando bem nos vocais e a velha guarda arrebentando, com serviço de buffet de buteco no palco. responsa!

encontros e desencontros de conhecidos, sub-grupo de mais chegados formado, para decidirmos as trajetórias. resolvemos aparecer no show da gal costa. tava cheião, pois foi no palco são joão. o palco bala.

po logo chegando ouvi as melodias de summertime, aquele antigo jazz firmeza. era um grupo meio gafieira paulista animando aquele buteco pra gringo da brahma, muito bem decorado e tal. vimos do lado de fora claro, mas porra, foi animado...imendando um classico do louis armstrong. tinha um bandolin e um cara vestindo uma placa de madeira com umas chapas de ferro, e ele tocava a parada com os dedos com dedais nas pontas...tipo um reco-reco na pansinha...e tinha ainda um giroflex anexado nessa parada...os tiozões mandavam bem...não sei o nome do grupo...

bom ai chegamos na gal...tava cheião...aquelas musicas saudosas e lentinhas, o som tava bem baixo pq a gente tava bem longe, mas logo a galera quis vazar do lugar pq acharam o esquema caído. dali resolvemos seguir pro palco hip-hop.

caralho era longe...bem fora da virada mesmo...e ae rolou aquelas revistas dos varios policiais pra entrar no esquema...mas la tava bem tranquilo, esquema bem legal. vimos uma tal rdp...e nelson triunfo, o primeiro beeboy brasileiro. foi massa. com direito a sex machine.

de lá seguimos pro show do antonio carlos e jocafi, no arouchê, q tava bem caído, o jocafi velhão saudoso declamando um monte, acho q meio bêbado...logo resolvemos partir de lá, e acabamos revivendo momentos heavy metal da infância no show do paul dianno, primeiro vocal do iron maiden q tava tocando o segundo disco do iron, killers, inteiro...eu e o néguis ja tavamos bem loucos e demos boas gargalhadas com a porra toda.

depois foi a vez dos mutantes, ou melhor, sérgio dias e seus mutantes, pq afinal só sobrou ele.
aquela maluca da percussão realmente apavora. o sérgião, porra...né? e a nova rita lee bem melhor q a tal duncan. foi legal pra cacete. ouvir musicas dos mutantes naquele grau de loucura. minha atenção só desviava do palco para ver malucos caindo das arvores e o rabino cozinheiro do hotelzinho do lado do palco dançando loucamente.

após o show fomos salvos pela natalia q nos ofereceu abrigo. melhor coisa q fizemos. no dia seguinte estava com disposição renovada para ver a orquestra imperial e jorge ben jor.
a orquestra foi muito legal, eles mandam muito bem. gosto muito dessa banda. pena q eles não puderam tocar aquela versão do zeppelin pois faltou retorno. mas foi bem foda.

ai antes do jorge ben deu pra dar uma passada no simoninha, ali no arouchê, q tava mandando o album jóia jóia do pai e voltar a tempo pro jorge. ai nos finalmentes pra começar o show q eu mais queria ver, apareceram um mc e um cara mandando um beatbox muito massa. e tbm la estava o rabino cozinheiro na janela de novo, dessa vez animando o publico com dancinhas alucinadas. o show do jorge ben jor foi do caralho. começou com uma versão mais low-fi de homem da gravata florida. ai rolou todos aqueles pout-porries massa das versões mais consagradas, começando com a banda do zé pretinho.

de repente o doido começou a batucar e começou uma fase funk do show, q ele mandou sons como umabarauma....toda aquela pegada... ai teve esqueminha escola de samba...tamborins...musicas da saudosa mangueira, comemorando os 80 anos. ai ele tocou "gostosa" e chamou morenas lindas para o palco, que dançaram felizes e receberam faixas do jorge de gostosa numero 1, gostosa numero 2... e teteretere teteretere...para animar a festaaaaa!
fogos no final...po foi do caralho....

quero mais.

03 maio, 2008

Tá no sangue

Se faço a vida ser mais prazerosa é por que sinto seu dever.
Se não a faço, desdenho seu bel-prazer e me deito por não estar.
E, se caso esse segundo me vier, excedo todas, do mais alto grau de intoxicação proeminência, devagar os absurdos serão com todas elas as mais altas.
E , se me perguntarem o porque, direi que só não sei o do que sei, o do nada, ou, não dá nada.
Falarei do contrário do que nada foi perguntado, o que isso concordará com o mesmo do comum, e isto é do também incomum.
Na vida, como via de desregra, contando o nada e o comum, é lei também o nada e tudo, antes dito.
O nada na vida é comum, como é comum na vida o nada. É regra sobre comum na vida exorar um tal nada de incomum como fonte para um próspero comum adjacente de um todos humanos.
Se agora, talvez, faço parte de algo como alguma coisa do qual me estranho, então, pelo menos não me engano. Um dia seria bom conter um pouco mais de lucidez. Ela me deixa mais vivo no mundo exterior, enquanto no oposto permaneço numa vigília de idéias supra-renais.

Pedro Próc

cafe!!!!!

cafe3
cafe4cafe1cafe2