11 agosto, 2008

Jécatown Freakshow --- Da roça ao caos, da roça à lama

Jovens em uma cidadezinha qualquer do mundo subdesenvolvido, vivendo à margem do sistema vigente, guiados por referências da publicidade e da indústria cultural, com valores e sonhos implantados, cultivados e desenvolvidos a partir de uma realidade distante, expressam-se coletivamente como uma massa de criaturas bizarras desencaixadas, aberrações mutantes e zumbis caipiras. Não há lugar para eles no mundo livre, e eles se recusam a olhar de fato para o lugar onde vivem, pois a realidade é demasiado sombria. Assim, em meio à loucura da fantasia, compõem uma existência caótica e desarmônica, refletindo a vontade de inclusão brotada da miséria profunda, passando pela vida superficialmente apenas. Fazem rally no asfalto, pagam mendigos profissionais por medo da lesão ao que mais estimam --- o carro, símbolo do sucesso do sonho americano no agreste cinzento ---, encontram-se em barzinhos, fofocam como comadres, falam sobre as novas calotas que puseram no veículo, assistem filmes, fumam pedra, vestem-se a rigor e se acabam em formaturas legitimadoras da mediocridade, perambulam pelas ruas com roupas largas, andam de skate, tênis importado e bicicleta, ouvem hip hop, eurotrash e maracatu. A heterogeneidade pulsa no microcosmo jéca, dissonante e ruidosa como uma sinfonia atonal, porém enlameada e sem qualquer critério matemático aparente, sem recursos, sem senso crítico e, sobretudo, sem consciência de si.

3 comentários:

Anônimo disse...

Olá jacabit, gostei muito do blog, gostaria de trocar links??
abraços, aguardo!!!

Anônimo disse...

Manda teu link ...

Saulo Alencastre disse...

é spam isso ein