29 novembro, 2009
O disco: forma de arte contemporânea ou peça de marketing da indústria cultural?
No século XX o desenvolvimento tecnológico possibilitou a gravação dos sons, o que mudou radicalmente a maneira como as pessoas ouvem música. Até então, a música só era ouvida quando tocada ao vivo. Desenvolveram-se os meios de transmissão de som, telefonia, rádio, o disco começou a ser comercializado e logo as gravações se popularizaram. Houve compositores de música séria, por assim dizer, que a experimentaram com as possibilidades inovadoras de manipulação dos sons trazidas com as gravações. Na música pop, surgiram álbuns conceituais. Há algo de artístico na ordenação das canções contidas em um disco, no seu conjunto como um todo, como na compilação de poemas em um livro. Mas o disco pode ser encarado também como simplesmente um instrumento de divulgação de um músico ou banda. Afinal, somente quando executada ao vivo a música é realmente viva. A gravação, por mais bem feita e mixada que seja, é um registro que acaba abafando a execução. É música enlatada, emprestando a declaração de Cage. Mas a discussão não se limita aí. Pode-se estender a comparação às artes visuais, por exemplo. Uma fotografia e uma pintura obviamente não são a paisagem em si, mas um registro ou representação dela, e nem por isso deixam de muitas vezes serem consideradas arte. De qualquer jeito, já vivemos a tal ponto em um mundo de simulacro que a própria relevância de uma consideração desse tipo é discutível.
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2 comentários:
faltou acrescentar q os primeiros discos continham apenas uma musica, e q o conceito de album surgiu quando um artista tinha varios compactos e reunia em um album! depois os albuns passaram a ter outras musicas q nao eram lançadas em compactos e depois os albuns conceituais... mas acho q a musica tb pode estar viva num disco. os beatles mesmo deixaram de se apresentar por alguns anos e só gravaram albuns.
Cara, em vez de comentário responde com outro post! Assim a discussão vai se seguindo em frente.
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