16 janeiro, 2007

"urbe"

Por Felipe Rezende

A cidade em si vira palco da passagem/paisagem.
O espaço urbano, descaracterizado de seu objetivo principal, que era ser próprio a vida cotidiana, se encontra congestionado e fica sujeito ao desgaste do tempo. O tempo insere camadas de valores ao espaço de maneira sobreposta rompendo muitas vezes sua identidade original A essência disso é que a cidade se torna um fenômeno eternamente mutante.
Já na década de 50 e 60 houve um incentivo muito grande às tecnologias de estruturas espaciais de grande porte, que permitiam certa mobilidade, ou a própria transportabilidade. Dentre essas foram desenvolvidas a arquitetura pneumática e estruturas tênsil, além da utilização de contêineres pré-fabricados. Pensava-se a implantação interplanetária desse tipo de arquitetura. O grupo Archigran, que fazia experiências e propostas sobre estruturas espaciais leves, e até de cidades inteiras itinerantes, chegou a postular 8 diretrizes para os projetos que o arquiteto do futuro viria a se defrontar.
Proposições de futuro elaboradas para nortear o projeto Walk

City do grupo Archigran

1. O futuro será mais rápido
2. terá um entorno orientado para o consumo
3. deverá ser confortável
4. o futuro estará personalizado
5. responderá as nossas expectativas de maneira mais suave
6. oferecerá novidades
7. será mais plausível (mutável)
8. estará onde e quando lhe descobrirem


Na década de 1960, Lewis Munford, em seu livro ”A Cidade na História” preconizava os sistemas informacionais com o nome das cidades invisíveis, formadas por populações que se interligam a partir de diversas partes do globo, integradas por uma rede eletrônica.(MUNFORD, 0000) Pierre Levy é outro dos autores que se dedica à análise do impacto das novas tecnologias da informação e sua interação no cotidiano humano (LEVY, 1993).
Apresenta-se aqui, um terceiro desdobramento do conceito de virtual e do caráter da interferência proposta, que é a utilização de mídias eletrônicas de propagação das imagens em tempo real para as apresentações, utilizando a tele-comunicação. Essa combinação dos diferentes meios de comunicação, redesenham a geografia urbana na medida que funcionam como extensão da cidade física, onde o produto, aqui cultural, atinge um outro público, localizado em ambiente privado, e que navega pela rede de computadores.

Nesse ambiente, o ambiente virtual, a intervenção permaneceria à disposição dos consulentes (internautas) em tempo real e como documentação, prolongando seu alcance no espaço e no tempo. Neste sentido a rede (internet) representa uma alternativa de interação do indivíduo com a produção cultural 24 horas por dia.

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