29 outubro, 2011
Dia Santo
As fogueiras foram acessas no sentido norte
Colocaram Simone, Samanta e Rebeca.
Uma do lado da outra estavam perto da morte.
Acusação: bruxaria.
Em baixo das hastes estavam seus homicidas,
Xerofágicos com seus abades olham friamente para Rebeca,
Que suplicou por misericórdia.
Consultado o humano Santo, o fato foi dado como definido.
Samanta olhava para o infinito, como se falasse com algo,
Pediu perdão.
Escorreu as lagrimas de teus olhos e a lavareda foi acesa,
E aos berros ela viu a escuridão.
O povo cheio de euforia aplaudia, cantavam,
E em torno da fogueira da Samanta, rodopiavam,
Os abades laçavam sorte sobre o vestido,
E Simone pressentiu seu fim.
Então cantou uma ciranda macabra mirando o episcopado Ronaldo,
Este desviou o olhar, mas lembrou da canção,
Um dia antes fora a mesma que ela cantou,
Em sua cama antes da oração.
Então o carrasco ateou fogo,
Rapidamente a palha queimou,
E com ela Samanta levou,
Para o abismo onde o Filho não habitou.
Rebeca solicitou umas palavras,
Os abades a deixou:
Então berrou:
Maldito sejas o sacristão,
Que mata em nome da religião,
Maldito o religioso,
Que mata por ser invejoso.
Maldito o pastor, que não acolhe a ovelha,
Maldito este júri que traiu Cristo.
25 outubro, 2011
21 outubro, 2011
Taubaté XXI
Ruas estreitas entupidas
Poeira nas ruas e avenidas
Casas e prédios baixos
Alguns prédios altos despontam
Estradas de terra levam ao campo
A zona rural abraça a cidade
As fábricas ladeiam a rodovia
Que corta a cidade em duas
Em presídios de segurança máxima
Detentos comandam o tráfico
Viciados com dentes podres infestam as ruas
Carroças andam no asfalto rachado
Caboclos com trocas de legumes e eletrônicos
Sobrevivem arrastando-se
Jovens aí crescem com referências midiáticas
De paisagens distantes da sociedade de consumo
O embate da imaginação influenciada
Pela indústria cultural eletrônica mundial
Com a realidade concreta da periferia capitalista
Nos escombros da aldeia gaiuaná
Gera uma manifestação bizarra conflitante e medonha
A recusa causa distorção
Falta nitidez nas ruas da cidade
É a realidade fora do ar
Condomínios fechados da média-alta
Copiam os subúrbios da classe média estadunidense
Com espaços entre as casas --
Na cidade as casas são pegadas lado a lado
Casas comerciais com fachadas pintadas a mão
Tornam visível no centro a pobreza contrastante
Com a opulência dos usurpadores d'além-mar --
A violência silenciosa sob o manto da tranquilidade
É o México ao fugir atravessando a fronteira
A África cruzando o Atlântico
A loucura do lado oculto da Lua
O mundo submarino do mergulhador equipado
A mata da serra respira no entorno
Os vira-latas e as formigas seguem alheios
O trem ainda passa algumas vezes ao dia
As igrejas e terreiros exortam os espíritos
O vento passa ao anoitecer
Os bancos das praças permanecem ruindo
As raízes crescem debaixo do pavimento
O esgoto flui pelos encanamentos
Estática a cidade continua perseguindo o progresso
A passos tortos e inconscientes
Os pés se movem apenas um certo tanto
Ainda sabem seu tempo descalço e lento
Poeira nas ruas e avenidas
Casas e prédios baixos
Alguns prédios altos despontam
Estradas de terra levam ao campo
A zona rural abraça a cidade
As fábricas ladeiam a rodovia
Que corta a cidade em duas
Em presídios de segurança máxima
Detentos comandam o tráfico
Viciados com dentes podres infestam as ruas
Carroças andam no asfalto rachado
Caboclos com trocas de legumes e eletrônicos
Sobrevivem arrastando-se
Jovens aí crescem com referências midiáticas
De paisagens distantes da sociedade de consumo
O embate da imaginação influenciada
Pela indústria cultural eletrônica mundial
Com a realidade concreta da periferia capitalista
Nos escombros da aldeia gaiuaná
Gera uma manifestação bizarra conflitante e medonha
A recusa causa distorção
Falta nitidez nas ruas da cidade
É a realidade fora do ar
Condomínios fechados da média-alta
Copiam os subúrbios da classe média estadunidense
Com espaços entre as casas --
Na cidade as casas são pegadas lado a lado
Casas comerciais com fachadas pintadas a mão
Tornam visível no centro a pobreza contrastante
Com a opulência dos usurpadores d'além-mar --
A violência silenciosa sob o manto da tranquilidade
É o México ao fugir atravessando a fronteira
A África cruzando o Atlântico
A loucura do lado oculto da Lua
O mundo submarino do mergulhador equipado
A mata da serra respira no entorno
Os vira-latas e as formigas seguem alheios
O trem ainda passa algumas vezes ao dia
As igrejas e terreiros exortam os espíritos
O vento passa ao anoitecer
Os bancos das praças permanecem ruindo
As raízes crescem debaixo do pavimento
O esgoto flui pelos encanamentos
Estática a cidade continua perseguindo o progresso
A passos tortos e inconscientes
Os pés se movem apenas um certo tanto
Ainda sabem seu tempo descalço e lento
16 outubro, 2011
14 outubro, 2011
desmond foster > reggae music
felicidade nublada :)
Dirty Beaches
Clipe obscuro para um som obscuro. Single Shot video, dudes! Ficou animal.
Para o EP do Lone Runner.
Dirigido por Kevin Luna
http://dirtybeaches.blogspot.com/
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obscuro
13 outubro, 2011
10 outubro, 2011
08 outubro, 2011
segunda: acordar a vida pra trabalhar dentro dela;
terça: continuar fiel ao caminho escolhido;
quarta: subir o mar d'almas, respirar e voltar a mergulhar;
quinta: é quase o fim da viagem... quase afim;
sexta: dia de lua, sempre cheia. dia de rua, sempre alheia. dia de voltar pra casa e lembrar de amar;
sábado: continuar amando;
domingo: despedidas e lembranças (lembrar de amar/lembrar de amar/lembrar de amar...).
terça: continuar fiel ao caminho escolhido;
quarta: subir o mar d'almas, respirar e voltar a mergulhar;
quinta: é quase o fim da viagem... quase afim;
sexta: dia de lua, sempre cheia. dia de rua, sempre alheia. dia de voltar pra casa e lembrar de amar;
sábado: continuar amando;
domingo: despedidas e lembranças (lembrar de amar/lembrar de amar/lembrar de amar...).
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